Portal de negócios
INVE$TCERTO

Notícia voltar

27 de março de 2015

Dolar fecha em alta apos divulgacao de crescimento do PIB em 2014

Dolar fecha em alta apos divulgacao de crescimento do PIB em 2014

O dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira (27), após dados do IBGE mostrarem que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014,levemente melhor que o esperado. Na véspera, o Banco Central informou que a expectativa era de queda de 0,1%.

A moeda subiu 1,55%, cotada a R$ 3,2405 na venda. Veja cotação. Na semana, houve alta de 0,32%. No mês e no ano, há valorização acumulada de 13,46% e 21,88%, respectivamente.

Alta volatilidade
O câmbio tem sido marcado por uma intensa volatilidade nas últimas semanas, que levou a divisa a encostar em R$ 3,30 e cair abaixo de R$ 3,10.

Após disparar em relação ao real no início do mês, números fracos sobre os Estados Unidos e declarações cautelosas do Federal Reserve haviam levado o dólar a corrigir parte do avanço. Mas o alívio durou pouco, com o anúncio de que o Banco Central não renovará seu programa de intervenção diária além deste mês servindo de catalisador para compras de divisas.

"Há uma percepção mais ou menos generalizada de que o dólar a R$ 3,10 é muito barato. Mas, ao mesmo tempo, o mercado sabe que alguma hora o dólar vai ter de parar de subir", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.

Segundo operadores, o sentimento no mercado é de incerteza, com viés de valorização do dólar. As turbulências políticas e econômicas por que passa o Brasil têm levado os investidores a se refugiar na moeda norte-americana, com medo de ainda mais entraves ao ajuste fiscal.

O viés de alta da divisa dos EUA é ainda mais intenso porque, na opinião da maior parte dos operadores, o ajuste do câmbio é parte necessária das medidas de reequilíbrio da economia brasileira. Por isso, afirmam, mesmo condições econômicas mais favoráveis não seriam suficientes para levar o dólar a voltar a recuar com força.

Nesta tarde, a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmou que o banco central norte-americano está considerando seriamente começar a reduzir sua política monetária expansionista e uma alta de juros pode ser justificada ainda neste ano, embora eventuais entraves à alta do núcleo da inflação ou ao crescimento salarial possam forçar o banco central norte-americano a adiá-la, segundo a Reuters.

'Pibinho'
A economia brasileira cresceu apenas 0,1% no ano passado, o pior resultado desde a queda de 0,2% em 2009, ano da crise financeira internacional. O resultado, porém, veio levemente acima das expectativas de analistas, que previam estagnação. Mas economistas não se surpreenderam ou se animaram com o desempenho, com o investimento mostrando o pior resultado desde 1999 e indicando contínuas dificuldades em 2015.

"O PIB sanciona aquela sensação de que nada está indo muito bem, de que não dá para imaginar a economia melhorando tão cedo", disse à Reuters o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

Já nos Estados Unidos, houve alta de 2,2% no quarto trimestre de 2014. O crescimento econômico do país desacelerou no quarto trimestre como estimado anteriormente, com empresas diminuindo o ritmo em estoques e investimentos em equipamentos, mas fortes gastos dos consumidores limitaram a desaceleração no ritmo da atividade econômica.

Intervenção do BC
Nesta manhã, o BC brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps, com volume equivalente a US$ 98,2 milhões. Todos os contratos vendidos vencem em 1º de dezembro de 2015. Também foram ofertados swaps para 1º de março de 2016, mas nenhum foi colocado.

O BC também vendeu a oferta total de até 7,4 mil swaps cambiais na rolagem dos contratos que vencem em 1º de abril. Ao todo,  já rolou o equivalente a 71% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/